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Se você for uma Fintech, não perca este artigo

1 DE SETEMBRO, 2022 | POR VICKI HYMAN
Oito fundadores de fintech compartilham suas ideias aqui sobre as principais oportunidades do setor.

Enquanto a economia global estava se recuperando aos trancos e barrancos em 2021, as fintechs floresciam à medida que a aceleração digital criava um mar de oportunidades para inovadores criativos e desenvolvedores ágeis.

O investimento em fintechs atingiu a marca de $98 bilhões de dólares no primeiro semestre do 2021, segundo o relatório bianual da KPMG sobre tendências de investimento em fintech, contra os $121,5 bilhões de dólares ao longo de 2020. O relatório atribui esse salto à pressão das corporações para acelerar sua transformação digital e melhorar suas competências digitais, com quase $21 bilhões de dólares investidos em cerca de 600 acordos globais.

“A mudança para um relacionamento majoritariamente digital entre as intituições financeiras e os seus clientes se intensificará nos próximos anos”, diz Olivier Berthier, CEO da Moneythor, uma empresa de software de banco digital, marketing e análise com sede em Singapura. “Acreditamos que o mundo pós-Covid será mais exclusivamente do que majoritariamente digital.”

A Moneythor é uma das 260 startups de 40 países que participaram do Mastercard Start Path, um programa chave no portfólio da Mastercard Developers, que oferece apoio a novas empresas para co-criar, ganhar experiência personalizada e conquistar uma base de clientes global.

O Newsroom da Mastercard convidou oito ex-participantes do Start Path para compartilhar suas visões sobre as oportunidades que surgiram diante da aceleração digital:

Qual é a tendência fintech que se destaca?

Olivier Berthier

“O modelo bancário pré-Covid, focado no produto, ficou obsoleto. Neste momento, estamos vendo uma demanda crescente de ferramentas e soluções de gestão de dinheiro focadas em um banco digital que prioriza o cliente mais do que nunca. Essa mudança de perspectiva a favor do fornecimento de informação e serviços de gerenciamento está ligada à crescente demanda dos clientes por uma gestão integral de suas finanças. Essas expectativas podem ser atendidas graças à ampla adoção do open banking, que representará um divisor de águas na maneira como os serviços financeiros são oferecidos tanto às empresas quanto aos consumidores.”

Olivier Berthier é CEO e co-fundador da empresa com sede em Singapura, Moneythor, que desenvolve softwares para garantir um banco digital mais inteligente e contextual para os clientes, além de uma melhor gestão de marketing e análise para as instituicões financeiras.

Veronica Crisafulli

“A pandemia marcou a transformação do ecossistema fintech. Temos assistido ao poder do banco digital, que irrompeu com força e arrebatou uma parte do mercado dos bancos tradicionais. Uma das tendências fintech pós-pandemia mais significativas é compre agora, pague depois (buy now, pay later), que responde à crescente demanda de comércio eletrônico e às alternativas de financiamento de curto prazo, entre outros motivos.”

Verónica Crisafulli é CEO e co-fundadora da empresa Mo Technologies, com sede em Bogotá, que oferece um inovador modelo de classificação de crédito para instituicões financeiras e não financeiras que expande o alcance dos produtos de crédito a mais clientes em todos os segmentos.

Lincoln Ando

“Acho que a tendência do novo cenário de 2021 é o open banking, que permitirá um nível incrível de personalização de produtos financeiros e melhorará o acesso a novos serviços. Esse tipo de inovação só será possível se injetarmos mais segurança e tecnologia nos sistemas dessas empresas. O open banking, por exemplo, permitirá que o usuário conecte uma conta bancária antiga a um banco novo, levando consigo todos os seus dados e preferências, porém, para ter certeza de que não aconteça fraude de apropriação de conta, o banco novo deverá validar a identidade. Com o open banking, as novas tecnologias que melhoram a segurança desse processo também serão uma tendência em destaque.”

Lincoln Ando é CEO da empresa com sede em São Paulo, idwall, que desenvolve soluções integradas e inteligentes para onboarding digital e validação de identidade a fim de ajudar empresas a se tornarem mais seguras e cumprir regulamentações.

Zach Burks

“A maior tendência do ano foram os NFTs, que foi até nomeada palavra do ano nos dicionários e é a indústria que mais cresce no mundo. É muito provável que isso continue nos próximos dois anos, se a sua empresa ainda não está pensando em NFTs, é bem provável que ela o faça em poucos meses.”

Zach Burks é CEO e fundador da empresa com sede em Singapura, Mintable, um mercado de NFTs onde os usuários podem criar, comprar e vender ativos digitais e físicos com tecnologia blockchain, como colecionáveis digitais, obra de arte de vanguarda e até música.

Doug Storf

“A rápida penetração do comércio eletrônico no mundo todo levou o setor dos pagamentos a um novo nível de digitalização. A tendência deu origem a muitos novos atores, que promoveram uma inclusão financeira inédita. Consequentemente, o dinheiro eletrônico agora não é algo acessível apenas para poucos pioneiros ou especialistas digitais e está se tornando regra em operações de pagamento.”

Doug Storf é co-fundador e CEO da empresa paulista Swap, uma plataforma que permite que as empresas integrem serviços financeiros para expandir sua presença, oferecer experiências de produto incomparáveis e impulsionar sua economia.

Fonta Gilliam

As finanças sociais são o futuro. Não falar sobre finanças é coisa do passado. Os Millennials e os Geração Z compartilham informações sobre seus salários, metas financeiras e estratégias de investimento até mesmo nas redes sociais. Nenhuma empresa vai poder se apropriar de finanças sociais, assim como não podem se apropriar de redes sociais”.

Fonta Gilliam é co-fundadora e CEO da empresa com sede em Washington, D.C., Wellthi, que cria soluções de banco social para ajudar os clientes a aproveitar o poder da Inteligência Artificial (IA), os dados e as comunidades online para atrair e reter segmentos novos mediante a transformação de um cartão em uma comunidade.

O que você aprendeu sobre seu setor, seu modelo de negócios ou sua forma de trabalhar no ultimo ano?

Yaacov Martin

“A pandemia criou uma situação sem precedentes devido ao fato da acessibilidade e das ferramentas digitais terem parado de ser desejáveis e se tornado essenciais. Além disso, as abordagens anteriores sobre prazos e tempo de comercialização perderam qualquer validade. Todas as indústrias, tanto as tradicionais quanto as novas, precisam mudar seus modelos para fazer com que cada ideia, desenvolvimento e estratégia se concretize em dias e semanas, em vez de meses e anos. Para tanto, surgiram parcerias inusitadas, riscos foram assumidos e revoluções foram feitas da noite para o dia.”

Yaacov Martin é CEO e co-fundador da empresa com sede em Ohio, Jifiti, que oferece uma solução integral de financiamento ao consumidor para que  bancos e credores lancem uma solução de “marca branca” de “compre agora e pague depois” que não requer integração no ponto de venda.

Cristina Vila

“A pandemia deu às pessoas a chance de reconsiderar o que é importante, seja onde moram, onde querem trabalhar e como querem passar seu tempo. O resultado foi A Grande Demissão (The Great Resignation), que obrigou as empresas a prestarem mais atenção a práticas de retenção de talentos. As companhias com maior visão de futuro estão avaliando a retenção de colaboradores segundo o ponto de vista dos empregados e pensando em como atender às necessidades das pessoas, desde a maneira como organizam seus rituais até como permitem a escolha de ferramentas de hardware e software.” 

Cristina Vila é CEO da Cledara, uma plataforma  que oferece serviço de gerenciamento de software com sede em Londres que ajuda as empresas a gerenciar, controlar e automatizar seu software em nuvem, permitindo melhorar seus processos operacionais, cumprir regulamentos e economizar dinheiro.

Mathias Wikström

“Não liguem para o eco das suas próprias vozes, questionem-se frequentemente, comprometam-se a fundo e entreguem um desempenho além das expectativas. Parece fácil? Some tudo isso à pandemia. No âmbito empresarial, o aprendizado mostra que precisamos ser mais ágeis do que nunca. No âmbito pessoal, o aprendizado mostra que precisamos ser mais compassivos do que nunca.”

Mathias Wikström é CEO e co-fundador da Doconomy, uma fintech com sede em Estocolmo que oferece serviços de dados de impacto a indivíduos e empresas para ajudar a educar, comprometer e reduzir o impacto ambiental.

Contato de imprensa

Andrea Denadai, Mastercard