No setor de pagamentos, a moeda mais forte é a confiança

1 de dezembro de 2022 | De Walter Pimenta

É cada vez mais evidente que segurança e regulamentação são fundamentais para garantir a interoperabilidade entre as moedas digitais e fiduciárias 

Embora as criptomoedas estejam ganhando cada vez mais força como meio de pagamento, é de suma importância abordar questões de regulamentação e transparência. A recente crise da exchange FTX colocou em xeque a confiança, um valor tão relevante quanto qualquer um dos outros motivos favoráveis à adoção de criptomoedas, como rapidez, eficiência e inclusão financeira daqueles que ainda estão à margem do sistema. 

O novo whitepaper da Mastercard, ‘Creating new paths for sustainable and inclusive economic growth’ (Criando novos caminhos para o crescimento econômico sustentável e inclusivo), analisa a adoção de ativos digitais na América Latina, uma região que alguns especialistas consideram ser pioneira na revolução do mercado cripto. Para citar alguns exemplos, o paper destaca que as transações com criptomoedas na América Latina atingiram US$353,8 bilhões entre junho de 2020 e junho de 2021, o que corresponde a 9% de todas as transações realizadas globalmente; El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal e as Bahamas se tornaram o primeiro país a emitir uma CBDC. 

O estudo também traz insights interessantes sobre a América Latina. Mais de 7 em cada 10 latino-americanos recorrem a criptomoedas como meio de investimento, e o fato da volatilidade das criptomoedas extrapolar as flutuações de outras moedas da região poderia explicar o porquê a região é mais tolerante aos altos e baixos das moedas digitais. A verdade é que os latino-americanos preferem fazer operações com criptomoedas usando cartão de débito, crédito ou pré-pago: 33,8% das compras realizadas com criptomoedas são feitas desta forma. Nestas transações, os usuários buscam segurança, conveniência, velocidade, taxas mais baixas e uma maneira eficaz de controlar seus gastos. 

O relatório, publicado em novembro de 2022, afirma que cerca de 34% dos latino-americanos acessam criptomoedas por meio de carteiras digitais, embora haja uma preferência pelas ferramentas financeiras que eles já usam e confiam. Em relação a esse aspecto, o estudo também mostra a predisposição do consumidor a aderir a plataformas confiáveis. 

“In trust we trust” 

O potencial das moedas digitais para mudar nossa rotina de pagamentos é enorme. No entanto, ainda temos pela frente o desafio de construir confiança. Com a mesma solidez que sua infraestrutura de pagamentos global foi construída, a Mastercard está ajudando a moldar esse setor. O objetivo não é apenas oferecer mais opções de pagamento, mas também, e acima de tudo, garantir segurança, governança e proteção ao consumidor, assim como fazemos com todos nossos produtos e serviços. 

Recentemente, a Mastercard introduziu um novo programa que permite que as instituições financeiras ofereçam recursos e serviços seguros aos seus clientes para fazer transações com criptomoedas: o Mastercard Crypto Source. Em parceria com fornecedores regulamentados e com autorização para custódia de criptomoedas, as instituições financeiras parceiras da Mastercard terão acesso a um conjunto abrangente de serviços de compra, retenção e venda de criptoativos selecionados, que serão potencializados com verificação de identidade, segurança cibernética e serviços de consultoria. OMastercard Crypto Securecomplementa esse programa, trazendo mais segurança ao ecossistema cripto e apoiando os emissores de cartões. 

Nosso objetivo é apoiar as transações com moedas digitais da mesma forma que apoiamos os meios de pagamento mais tradicionais. Só assim poderemos garantir a interoperabilidade entre criptomoedas e moeda fiduciária, além de ganhar a confiança de consumidores e comerciantes em um sistema financeiro que se fortalece com a participação ativa dos players mais experientes. 

Walter Pimenta