Relatório “Travel Trends 2024” do Mastercard Economics Institute
Portugal é o segundo país europeu em que os turistas passam mais dias
5 de junho de 2024 | Lisboa-
Estadias cresceram de 3,5 dias antes da pandemia para 6 dias em 2024[1] Lisboa é o destino mais procurado por Espanhóis (158%), Franceses (73%) e Britânicos (63%), durante os meses de junho a agosto de 2024
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No top 5 dos principais destinos dos portugueses estão Genebra, Nice, Ibiza, Munique e Zurique
Portugal é o segundo país europeu em que os turistas têm estadias mais prolongadas. O número de dias passados em Portugal passou de 3,5 dias em fevereiro de 2020 (antes da pandemia), para 6,1 dias até março de 2024.Os dados são do último relatório global “Travel Trends 2024” do Mastercard Economics Institute, que apresenta uma análise do sector em 74 mercados, com base em dados exclusivos de transações, agregados e anonimizados, incluindo do Mastercard SpendingPulse™[2].
No top 5 do número médio de estadias em março de 2024 estão ainda a Grécia (6,8), no 1º lugar, a Espanha no 3º lugar (6), seguida da Croácia (5,8) e do Reino Unido (5,6).
Lisboa é o destino preferido de espanhóis, franceses e britânicos
Portugal é também um dos países onde o tráfego aéreo mais cresceu, comparativamente com 2019 (8%), ocupando o 3º lugar do ranking europeu, à frente de países como Espanha (6,6%), e o 8º lugar do ranking global, à frente de países como França (26º), Itália (29ª) ou Alemanha (35º). Curiosamente o país ocupa ainda o 8º lugar no top 10 dos países que mais contribuíram para a recuperação do tráfego aéreo para os Estados Unidos, a seguir à Alemanha e à Irlanda.
O estudo analisou, ainda, as principais tendências de procura de destinos para o período entre junho e agosto deste ano. No caso de Portugal, Lisboa tem a preferência de espanhóis (158%), franceses (73%) e britânicos (63%). Faro também tem a preferência de espanhóis (53%) e o Porto é o principal destino para suíços e britânicos. Nas ilhas, o Funchal é mais procurado na Alemanha (53%) e Suíça (38%) e Ponta Delgada no Canadá (42%).
No top 5 dos principais destinos procurados pelos portugueses para o mesmo período, surge Genebra, no primeiro lugar, seguido de Nice, Ibiza, Munique e Zurique, apesar da lista mais alargada incluir outros destinos como Menorca, Milão, Viena, Lyon e Málaga.
As principais conclusões apontam para uma recuperação recorde do sector das viagens em 2024, apesar das oscilações das taxas de câmbio e das diferenças em termos do poder de compra, demonstrando que o desejo de viajar mantém-se mais forte do que nunca.
De facto, durante os primeiros meses de 2024, o setor das viagens cresceu globalmente de forma assinalável com as companhias aéreas e os cruzeiros a registarem níveis recorde de utilização. Por outro lado, além deste nível recorde, verifica-se que os viajantes estão a prolongar as suas estadias por mais um dia em comparação com o período pré-pandemia.
Para além destes recordes, na Europa, na última década, verifica-se, ainda, que os turistas têm vindo a alterar as suas estadias dos meses de época alta (julho-agosto) para os meses de estações intermédias. Entre os países com a maior mudança em relação aos meses de pico do verão, estão a Croácia, Grécia, Portugal e a Itália. Mas mesmo nos países nórdicos, como a Dinamarca, a Suécia, a Finlândia e Países Baixos, a tendência é similar.
Isto sugere que não são apenas os verões mais quentes que estão a impulsionar esta mudança, mas também duas grandes alterações demográficas: por um lado mais reformados (livres de obrigações de trabalho) e, por outro, mais agregados familiares sem filhos (livres de calendários escolares).
Outras conclusões e tendências do sector de viagens em termos globais, incluem:
- Recorde de viagens na Europa. 2023 foi um marco importante para o turismo europeu, assinalando o ano em que foi alcançada uma recuperação total do número de dormidas, com um total de 2,91 mil milhões de dormidas em 2023, contra 2,88 mil milhões em 2019. O relatório da Mastercard também destaca o aumento significativo das chegadas de turistas dos EUA como um motor desta melhoria dos números. Por exemplo, as estatísticas oficiais mostram que a percentagem de viajantes provenientes desse país para Portugal cresceu de 6% para 9%; em Espanha aumentou de 4% em 2019 para 5% em 2023; e no Reino Unido de 13% para 16%. Já o aumento dos gastos no sector das viagens não é apenas resultado da inflação, mas também do maior dinamismo económico, alimentado por um mercado de trabalho estável e por um desejo mais forte de viajar.
Em 2024, os destinos de praia mais baratos como a Albânia, Croácia e Turquia registaram os maiores crescimentos no tráfego aéreo. O turismo na Albânia, por exemplo, cresceu fortemente, com o número de rotas aéreas a duplicar desde 2019 e as chegadas de turistas a aumentar de 12 milhões em 2019 para 17 milhões em 2023.
A tendência demonstra que a procura pelos destinos de praia mais frequentados como a Grécia, Portugal e Espanha permanece estável, com estes países a registarem também um forte crescimento das viagens fora dos meses de pico do verão.
- Aumento das estadias. Globalmente, os turistas estão a prolongar as suas estadias, em média, um dia extra. Já os turistas de regiões como a Europa, Médio Oriente e África, aumentaram as suas estadias 2 dias: Em Portugal, o valor é ainda mais elevado, uma vez que aumentou 2,6 dias em média, passando de 3,5 dias em média em 2020 para 6,1 dias em 2024. Esta tendência crescente a nível mundial foi impulsionada, de acordo com o relatório, por dois aspectos principais:
- Um aumento mundial das viagens para destinos mais económicos: quanto mais barato for o destino, mais longa será a estadia.
- Uma preferência por climas mais quentes: por cada grau de temperatura no destino, mais longa é a estadia.
- Turistas continuam a privilegiar as experiências. Ainda segundo o MEI Travel Report, os consumidores continuam a privilegiar os gastos com experiências em detrimento dos gastos com bens materiais, mesmo quando viajam. Os gastos com experiências totalizam agora 12% das vendas de turismo, de acordo com a SpendingPulse Destinations, que analisa as vendas no retalho em lojas físicas e online nas diversas todas as formas de pagamento – e que apresentou o pico mais alto em pelo menos cinco anos. Na posição cimeira estão os australianos que tendem a gastar um em cada cinco dólares em experiências e vida noturna em comparação com a média global, que está mais próxima de gastar um em cada 10 dólares.
- Indústria global de cruzeiros segue a todo o vapor. Os cruzeiros estão a regressar de uma forma notável com as transações globais de passageiros de cruzeiros a situarem-se cerca de 16% acima dos níveis de 2019 no primeiro trimestre. O aumento de procura por este segmento também é observado nos principais portos. Por exemplo, nos últimos 12 meses, as Bahamas receberam mais 2,9 milhões de passageiros que chegaram por mar, comparativamente com os níveis de 2019. Para muitos viajantes, a crescente diferença entre os preços de cruzeiros e hotéis, tem vindo a tornar os cruzeiros numa opção de viagem mais económica.
- Os 10 destinos mais populares - e inesperados. Embora o Japão tenha sido o líder global dos principais destinos nos últimos 12 meses, Munique é o destino mais popular para este verão, motivado, em parte, por eventos desportivos que vão acontecer nesta altura (junho-agosto de 2024). De acordo com o Mastercard Economics Institute, a Albânia ocupa o terceiro lugar na lista dos destinos mais populares neste verão, sobretudo devido ao aumento de viajantes experientes que procuram atmosferas autênticas similares à vizinha Itália e Croácia, mas por menos dinheiro.
“A resiliência e adaptabilidade do sector das viagens, aliadas à procura persistente dos consumidores, traduziram-se numa forte recuperação do turismo” destaca Natalia Lechmanova, Chief Economist Europe, Middle East & Africa, Mastercard Economics Institute. E acrescenta que, “tal como acontece ao nível doméstico, os viajantes estão a privilegiar as experiências em vez de bens, também no exterior. Apesar disso, são cada vez mais exigentes e, por isso, escolhem destinos que lhes oferecem valor e autenticidade. Esta experiência permite-lhes fazer render os seus orçamentos de modo a prolongarem as suas estadias e poderem desfrutar ao máximo das experiências e maravilhas de cada destino.”
Apoio ao setor do turismo
A Mastercard tem vindo a apoiar o setor de turismo global, através de um conjunto de serviços, que inclui desde análises de mercado e insights a dados que ajudam a compreender as mudanças nas tendências do consumidor. O objetivo é apoiar os destinos no desenho de estratégias de engagement e fidelização e personalizar a experiência de viagem.
Os portadores de cartão Mastercard também podem desfrutar das suas experiências de viagem, explorar benefícios e efectuar as compras diárias com tranquilidade e com conveniência.
Consulte o relatório completo “Travel Trends 2024: Breaking Boundaries” aqui. Outros relatórios e insights do Mastercard Economics Institute podem ser encontrados aqui.
[1] Até março
[2] O SpendingPulse™ é um indicador macroeconómico de vendas no retalho baseado em dados de gastos reais, quase em tempo real, em vários setores. É uma das únicas fontes de dados no mercado que fornece estimativas e previsões diárias de vendas online e nas lojas a nível nacional, regional e local.
Sobre o Mastercard Economics Institute
O Mastercard Economics Institute foi lançado em 2020 com o objectivo de analisar tendências macroeconómicas baseadas nas perspetivas dos consumidores. O Instituto integra uma equipa de economistas, analistas e cientistas de dados que analisam insights da Mastercard – incluindo do Mastercard SpendingPulse™ - e dados de terceiros para fornecerem relatórios regulares sobre questões económicas para os principais clientes, parceiros e formuladores políticas.
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