Mastercard Economic Outlook 2024

Tendências macroeconómicas e previsões sobre gastos e prioridades dos consumidores

26 de dezembro de 2023 | Lisboa

O Mastercard Economics Institute (MEI) apresentou o Economic Outlook 2024, que identifica as tendências macroeconómicas a nível global e local e apresenta os principais insights que deverão caracterizar o desempenho das economias em 2024, tais como o poder dos consumidores, a descompressão da inflação e a recalibração do banco central.

Desde 2020, o ambiente económico global tem sido marcado por flutuações sem precedentes, mas 2024 marcará o início de um novo capítulo, uma vez que a expectativa é a de que os consumidores, grandes empresas e as PME tomem decisões cruciais sobre gastos e investimentos, uma vez que os orçamentos vão incorporar os diferenciais de preços e taxas de juro e, com isso, diminuem os recursos disponíveis e a margem de manobra.

Embora na economia global o sentimento seja o de que estamos a caminhar para a “normalidade”, no próximo ano, comparativamente com os três anos anteriores e com os níveis pré-pandemia, a economia continuará a procurar um equilíbrio entre taxas de juro, salários e preços elevados. Este contexto macroeconómico coloca em evidência uma evolução do consumo, com inflação moderada, e crescimento económico estável, apesar das diferentes dinâmicas regionais.

Os principais insights do relatório refletem, precisamente, estes temas à escala global:

  1. As prioridades de gastos dos consumidores baseiam-se em necessidades e desejos concretos e não em impulsos

Mesmo com a inflação a consumir uma fatia maior dos gastos com bens essenciais, os consumidores vão continuar a dar prioridade aos gastos discricionários que mais importam. As viagens e experiências vão manter-se escolhas populares e os viajantes europeus, especificamente, vão optar por destinos que satisfaçam o seu desejo de viajar, mas ao preço certo, procurando pacotes cada vez mais acessíveis.

Apesar desta tendência evidenciar a necessidade de encontrar o equilíbrio certo entre despesas primárias e discricionárias, de acordo com a previsão do MEI para 2024, as despesas reais dos consumidores em Portugal vão aumentar 1 por cento.

  1. Emprego vai determinar as opções de gastos dos consumidores

Os consumidores vão manter-se resilientes sobretudo porque as baixas taxas de desemprego, juntamente com os aumentos salariais e dinamismo do mercado de trabalho, vão sustentar moderadamente o poder de compra dos consumidores. Em alguns casos, isto é melhor refletido por salários que ultrapassam a inflação, como na zona euro, onde os salários em setembro de 2023 aumentaram 4,7% ano após ano e a inflação aumentou 4,3%. Por outro lado, a flexibilização da política monetária ajudará a sustentar os gastos dos consumidores em sectores sensíveis aos juros.

Em linha com a tendência global, a taxa de desemprego de Portugal também diminuiu e situa-se agora em 6,5 por cento, perspetivando-se que a mesma se mantenha durante o próximo ano. A taxa de inflação de 8,6% em janeiro de 2023 é inferior ao crescimento salarial de 12,1%, o que significa para os consumidores que a tendência é a de os rendimentos disponíveis “reais” aumentarem modestamente em comparação com o ano passado. Espera-se, portanto, que este ligeiro aumento do poder de compra dos consumidores resulte num aumento tímido dos gastos discricionários no novo ano.

  1. Inflação decrescente e recalibração do banco central

De acordo com o Mastercard Economics Institute, as taxas de juro dos bancos centrais estão provavelmente perto dos seus valores máximos. O relatório Economic Outlook 2024 perspectiva que possa existir alguma flexibilização no próximo ano, à medida que a inflação arrefeça e o crescimento permaneça moderado, provocando uma normalização parcial da política monetária. Globalmente, a expectativa é de que a inflação modere para 4,9% YoY em 2024, abaixo dos 6% em 2023, mas permanecendo acima da tendência pré-pandemia de 2,7%. Apesar disso, a previsão é a de que o crescimento económico global no próximo ano seja semelhante ao de 2023, prevendo-se que o PIB ajustado à inflação cresça 2,9% YoY em 2024.

  1. A sala de estar como provador - o e-commerce regressa e supera a loja física

Com as cadeias de abastecimento finalmente normalizadas, os consumidores podem voltar a esperar até ao último minuto para fazer compras com poucas restrições e até adicionar mais opções ao carrinho para experimentarem em casa. Juntamente com a aceleração da entrada de negócios online pela primeira vez, alimentada pela pandemia, o aumento das devoluções pode evidenciar uma maior fidelização dos clientes, com impactos positivos tanto nas vendas como nas compras online. O estudo demonstra que em 10 economias, esta taxa cresceu significativamente entre 2019 e 2023, mas permaneceu relativamente inalterada na loja o que poderá dar a perpetiva de um dinamismo continuado no e-commerce no próximo ano.

Para consultar o relatório completo “Perspetivas Económicas para 2024”, clique aqui. Mais relatórios do Mastercard Economics Institute disponíveis neste link.

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