Índice Mastercard expõe necessidade de apoio urgente a Mulheres Empresárias
23 de novembro de 2020 | Lisboa-
Em Portugal, 31,2% das empresas têm mulheres na liderança
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Portugal ocupa agora a 19ª posição no ranking dos 58 países analisados pela Mastercard
As mulheres empresárias foram desproporcionalmente afetadas pela pandemia Covid-19 em todo o mundo, com 87% a afirmarem ter sido atingidas negativamente. Entre os fatores que deixaram as mulheres particularmente vulneráveis neste período estão a forte representação das mulheres nos sectores mais impactados pela desaceleração económica, o pronunciado fosso digital em termos de género, num mundo cada vez mais virtual, e as pressões crescentes das responsabilidades no cuidado das crianças.
As conclusões do relatório Mastercard Index of Women Entrepreneurs (MIWE) 2020 expõem esta disparidade gritante e procuram dar visibilidade a esta realidade, esperando servir de argumento para a construção de melhores políticas específicas de género a nível internacional.
Portugal passa para a 19ª posição no ranking
Portugal ocupava, em 2019, a 13ª posição do ranking global do MIWE. Em ano de Covid-19, as mulheres portuguesas tiveram menos oportunidades de evoluir no mundo dos negócios, colocando o país na 19ª posição, atrás de economias como Israel, Suíça, Polónia, Reino Unido, Suécia, Espanha, Irlanda e França, que apresentaram uma melhoria geral, excetuando a Irlanda que apesar da boa classificação desceu 8 posições desde o ano passado.
Entre os países europeus que constam do ranking apenas Portugal, Irlanda, Dinamarca, Bélgica, Roménia e Turquia perdem posições, sendo o cenário global europeu bastante positivo.
No entanto, em Portugal o governo deu passos positivos ao introduzir o direito à licença parcial remunerada para pais com filhos abaixo de uma certa idade.
Pela primeira vez na história deste Índice, Israel lidera as tabelas como melhor país para mulheres empresárias em todo o mundo. Com a ambição de duplicar o número de mulheres empresárias em dois anos, o sucesso de Israel tem sido impulsionado por um apoio institucional centrado nas PME, com o respetivo ranking de "Apoio às PME" a catapultar-se de 4º lugar, em 2019, para 1º, em 2020, sendo um excelente exemplo de mecanismos de apoio específicos às mulheres, com resultados rápidos e significativos.
Da mesma forma, a Suíça passa da 11ª posição em 2019, para a 3ª este ano impulsionada pelo forte apoio liderado pelo Governo às PME - mais 37% do que em 2019 -, e pela consequente subida das perceções culturais do empreendedorismo (mais 45% do que em 2019).
A quarta edição do Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias destaca as vastas contribuições socioeconómicas das mulheres empresárias em todo o mundo bem como a visão dos fatores, que impulsionam e inibem a respetiva evolução. Através de uma metodologia única – baseando-se em dados disponíveis de 58 economias internacionais da OCDE e da Organização Internacional do Trabalho – o índice inclui um ranking global sobre a evolução das mulheres nas empresas em condições pré-pandemia em 58 economias, representando quase 80% da força de trabalho feminina.
Covid-19 provoca retrocessos, mas também cria oportunidades
O Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias 2020 fornece uma análise inicial sobre o impacto da Covid-19 no trabalho das mulheres e apresenta políticas eficazes de apoio. Embora diferindo de país para país, as que se revelam mais eficazes incluem medidas de alívio para as PME – desde subsídios salariais, regimes de licenças, limites máximos de contribuições até resgates fiscais –, bem como o apoio do estado aos cuidados prestados às crianças.
O relatório também apresenta uma perspetiva otimista para o futuro das mulheres empresárias, indicando que a pandemia pode revelar-se um catalisador para o progresso exponencial das mulheres nas empresas e uma oportunidade para corrigir o preconceito inerente ao género, caso os decisores apoiem iniciativas específicas neste domínio. O relatório baseia-se em vários pontos para ilustrar esta afirmação, nomeadamente:
A era Covid-19 apresenta uma narrativa de empoderamento e destacou a capacidade das mulheres para liderarem em circunstâncias extraordinárias. Líderes mundiais femininas como a Primeira-Ministra Jacinda Ardern da Nova Zelândia, a Chanceler Angela Merkel da Alemanha e a Primeira-Ministra Sanna Marin da Finlândia presidiram a alguns dos esforços mais bem-sucedidos para conter a Covid-19, ao mesmo tempo que incutiram ordem, segurança, confiança e calma.
As mulheres já estão a demonstrar uma forte adaptabilidade nos negócios, apesar das múltiplas barreiras ao sucesso.
- O "próximo normal" apresenta uma oportunidade única para eliminar as barreiras existentes, impulsionando uma maior participação de género e paridade para as mulheres nos negócios. Apesar de aumentar várias vezes as muitas disparidades que as mulheres enfrentam nos negócios – desde a diferenças de género ao nível da inclusão digital e financeira – a pandemia também tem estimulado o progresso estrutural. Por exemplo, antes da pandemia, a disparidade financeira global de género manteve-se inalterada durante quase uma década. No entanto, a Covid-19 impulsionou progressos nesta área - com o governo do Reino Unido a criar contas bancárias para mais de 1,2 milhões de pessoas em apenas dois dias, no auge da pandemia, e mais de 11 milhões de trabalhadores informais no Brasil a concorrer a fundos governamentais de emergência.
O relatório refere que as implicações destas observações são profundas e demonstra o valor inexplorado das mulheres enquanto líderes, destacando, de forma crítica, o papel da pandemia na aceleração das soluções progressistas. Alavancar o impulso e defender iniciativas específicas de género será fundamental para reconhecer o potencial das mulheres e evitar perdas no valor de 172 mil milhões de dólares como acontece globalmente (Banco Mundial) devido às diferenças nos ganhos de uma vida entre mulheres e homens.
Mastercard assume o compromisso de impulsionar a inclusão financeira
Sue Kelsey, Vice-Presidente Executiva, Global Consumer Products and Financial Inclusion, afirma que "uma crise revela sempre as vulnerabilidades no sistema e a Covid-19 expô-las fortemente. Temos visto a dimensão surpreendente de disparidades que as mulheres enfrentam nos negócios. Mas, ao contrário de qualquer outra recessão económica, a Covid-19 também abriu caminho a progressos consideráveis e percebemos o que podemos alcançar quando é dada a devida oportunidade. No entanto, temos a coragem de a aproveitar, de ouvir os dados expostos neste relatório de 2020 e de agir em conformidade? Ou vamos agarrar-nos a um sistema falhado e permitir que a pandemia elimine o progresso alcançado até agora? Estas são questões críticas que os decisores precisam de colocar em primeiro lugar para planear o caminho para a recuperação económica".
Através do Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias 2020, a Mastercard compromete-se a fornecer uma base de informação que permita aos governos, empresas e indivíduos tomar medidas decisivas na implementação de apoio específico ao género, resultando numa maior paridade de género no mundo do trabalho. Este relatório anual é um elemento da nossa missão mais ampla de impulsionar o avanço dos excluídos e desfavorecidos financeira e digitalmente. Em 2020, a Mastercard expandiu o compromisso mundial de inclusão financeira, comprometendo-se a trazer um total de mil milhões de pessoas e 50 milhões de micro e pequenas empresas para a economia digital até 2025. Como parte deste esforço, haverá um foco direto em dotar 25 milhões de mulheres empreendedoras de soluções que possam ajudá-las a fazer crescer os respetivos negócios, através de um conjunto de iniciativas, que cruzam o financiamento, a mentoria e o desenvolvimento de tecnologias inclusivas. Descarregue o relatório https://mastercardcontentexchange.com/research-reports/2020/mastercard-index-of-women-entrepreneurs/.
Leia mais sobre os nossos esforços para envolver capacitar e promover o empoderamento das mulheres aqui.
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Metodologia do Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias 2020
O Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias 2020 fornece estudos mundiais de ponta sobre como as mulheres estão a progredir nos negócios em 58 economias globais. Representando quase 80% da força de trabalho feminina internacional, o MIWE providencia uma análise profunda dos fatores socioeconómicos que impulsionam e inibem o sucesso empresarial das mulheres.
Através de uma metodologia única – envolvendo análises detalhadas em 12 indicadores e 25 sub-indicadores que abrangem resultados de progresso, recursos de conhecimento e acesso financeiro e condições empresariais de apoio –, o Índice classifica 58 economias individuais de acordo com o desempenho do ano passado. Agregando estas pontuações, o Índice é capaz de fornecer uma classificação global de como as economias individuais são bem-sucedidas no avanço do empreendedorismo feminino por comparação com os pares em condições pré-Covid.
O relatório deste ano também fornece uma análise adicional sobre o impacto das medidas de emergência implementadas pelos governos e pelas empresas de resposta à pandemia Covid-19 em 40 economias globais.
Os resultados do Índice da Mastercard de Mulheres Empresárias 2020 apresentam insights para governos, decisores políticos, partes interessadas, empresas e indivíduos.
Sobre a Mastercard
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